quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Era digital dos Poemas

Antes de ser poeta tinha todo um ritual
Uma folha branca sendo invadida pela tinta
Em rabiscos profundos nas margens do papel.
Era o primeiro passa de um grande poema.

Hoje entre uma conversa no MSN
Umas bisbilhotadas no orkut, digito palavras prontas copiadas e colada.
De sinônimos facilmente achados num site
Verificados pelo editor automático
Hoje meus poemas são junções de versos brancos e livres de autores anônimos

Não pela busca ou liberdade de expressão
Mas talvez por não saber compor um poema
Ignorando as redondilhas... pobres e órfãs.
Órfãos não só da forma e rima, mas de sentimentos e valores profundos e verdadeiros.
São tantas imagens bombardeando a minha mente
Valores produzidos por uma mídia, que só quer me engana.
Valores que achamos no google em segundos
Segundos em que esqueço do calor do abraço apertado
O gosto de um beijo molhado e um cafuné.

Preciso voltar no tempo
Preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem engano
Preciso das flores e corações rabiscados nas margens da folha.
Para me convencer que sou eu que vivo
Que sou eu que escrevo meus pensamentos
Não de um perfil de um blog que não posso tocar e nem sentir.

                                                      ( Adaptação de “ Era Digital” por Brenda Reis ) 



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